terça-feira, 4 de maio de 2010

Aquela mulher junto ao poço

“Quem beber desta água tornará a ter sede” (João 4:13)

Tentando responder a um questionamento de um companheiro do jornadear cristão, volvi meus olhos mais uma vez à tão conhecida história de Jesus e a mulher samaritana (João 4:1-42).

Jesus, diferente dos homens de sua época, não se importava de conversar com mulheres (mesmo que essas não fossem tão “santas” como se esperava das mulheres naquela época), muito menos com samaritanos – inimigos declarados dos judeus, dos quais Jesus fazia parte. Nessa história, desde o começo vemos que Jesus não dava qualquer importância a preconceitos e tradições infundadas. Primeira lição a aprender...

Depois, ao continuarmos lendo o texto, vemos que Jesus pede água à mulher, ao que ela responde: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?” (João 4:9). E Jesus diz: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (João 4:10). É como se Ele dissesse que não Se importava nem um pouco com convenções humanas, e que o que Ele tinha para dizer era bem mais importante. Creia, se você sentir que Deus está falando, não comece a criar empecilhos, o que Ele tem a dizer é importante, e você precisa ouvir.

A princípio, notamos que a mulher não entende bem o que Jesus quer dizer. Pensa que Ele estava falando da água comum, H2O, que bebemos todos os dias. Mas Jesus pediu água apenas como um pretexto para falar com ela sobre coisas maiores e mais importantes. E logo revela a que veio: diz à mulher que sabia que ela não era casada, e que já havia tido cinco maridos. Surpreendeu aquela mulher, revelando coisas que Ele não podia saber, a não ser que fosse ao menos um profeta, como a mulher constatou logo. Conquistando dessa forma a atenção total daquela samaritana, Jesus se mostra como o Messias esperado também pelos inimigos dos judeus. A partir daí, aquela mulher torna-se uma missionária, convidando todos a quem podia para conhecerem o Cristo vivo.

Mas talvez o momento mais importante desse relato não tenha sido este, e sim quando Jesus disse: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4:13-14). Como a mulher, podemos nos perguntar: que água é essa que mata a sede para sempre? Essa água é a vida plena que só Jesus pode dar. A paz, a plenitude, a felicidade, a confiança, que só existem naquele que realmente recebe a Fonte de águas vivas, Jesus. O mundo nos traz muitas aflições, medos e angústias. Sentimos um vazio que nada nem ninguém consegue preencher. Mas quando recebemos dessa “água”, isso desaparece. Esse vazio vai embora, pois é preenchido por Cristo. Não importa quantos “desertos” tenhamos que atravessar, pois o nosso “cantil” estará sempre cheio. Se tivermos Jesus em nossa vida, não mais sentiremos essa sequidão em nosso coração, porque Jesus é a Água Viva, que hidrata e nunca se acaba.

Mas não é só isso: essa água é tão abundante que pode ser distribuída a outros. Quando uma pessoa decide aceitar Jesus em sua vida, ela agora passa a espalhar alegria e paz por onde vai. Foi o que aconteceu com a mulher. Ela avisou a todos que conhecia que tinha finalmente encontrado o Messias. Essas pessoas foram ver Jesus, e depois passaram a crer não porque a mulher tinha falado, mas porque eles mesmos tinham-no visto e reconhecido como Salvador...

Para terminar, um texto da escritora americana Ellen White:
“Aquele que busca matar a sede nas fontes deste mundo, beberá apenas para tornar a ter sede. Por toda parte estão os homens descontentes. Anseiam qualquer coisa que lhes supra a necessidade da alma. Unicamente Um lhes pode satisfazer essa necessidade. O que o mundo necessita é "o Desejado de todas as nações", é Cristo. A divina graça que só Ele pode comunicar, é uma água viva, purificadora, refrigerante e revigoradora da alma. (...)Essa mulher representa a operação de uma fé prática em Cristo. Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário. Aquele que bebe da água viva, faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador. A graça de Cristo na alma é uma vertente no deserto, fluindo para refrigério de todos, e tornando os que estão prestes a perecer, ansiosos de beber da água da vida.” (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, págs. 187 e 195)

Um comentário:

Érick Wilson disse...

O Senhor continue a inspirar-te. Obrigado pelo texto!!

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