segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sacrifícios

Estive estudando semana passada sobre um tema interessante: a paciência. Eu não sou a melhor pessoa para falar do assunto, uma vez que paciência não é a minha característica marcante. Eu sou muito impaciente com pessoas que ainda não entenderam algo que eu entendi faz tempo, com pessoas que parecem não enxergar o óbvio, com pessoas que fazem coisas propositalmente para irritar, com quem bate na porta da minha casa pra "fazer consulta", como se minha casa fosse pronto-socorro, como se eu não tivesse direito a descanso, privacidade ou lazer, e por fim não tenho paciência nem pra esperar em fila de banco, correios ou qualquer coisa que o valha.

Não digo isso com orgulho, mas essa sou eu. Porém, não tem como não ficar preocupada, ainda mais depois do que estudei à luz da Palavra de Deus. Ela está cheia de conselhos sobre ser mais paciente.

Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, (Rom. 15:5)

Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, (Efés. 4:1-2)

Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. (Tia. 1:2-4)

E como se isso não fosse o suficiente, no meu material de estudo ainda li a seguinte pergunta: "Como o Senhor tem sido paciente com você? Como essa realidade pode ajudá-lo a mostrar paciência pelos outros? Se o Senhor o tratasse da mesma forma como você trata os outros, qual acha você que seria seu destino?"

Como é difícil pra nós fazermos qualquer coisa, por pequena que seja, que signifique ir contra o nosso eu, nossa vontade! Como é difícil sair da "zona de conforto", uma vez que nos colocamos nela! Pensamos que está tudo bem, afinal vamos à igreja, lemos a Bíblia, oramos e vivemos uma vida digna. Mas não é só isso...

Não, eu não estou falando que você precisa ir à África ou à China para pregar o evangelho. Hoje você pode fazer isso sem sair de casa, através da internet, ou orando por missionários, ou mesmo doando quantias para aqueles que vão para esses lugares. Cada um deve ser missionário como puder, de acordo com os talentos que Deus lhe deu. Mas e quanto ao nosso ego? E quanto a demonstrar amor ao próximo? E quanto a amar o seu maior inimigo, ou mesmo algo que parece tão simples ser paciente com aqueles que fazem de tudo para acabar com a sua longanimidade? Não é fácil. Muitos chegam a dizer "sou assim mesmo, é meu temperamento". Mas não. Isso é uma mera desculpa. Deus não quer que sejamos assim. Ele pede algo maior de nós, pois sabe que conseguiremos, se quisermos contar com a ajuda dEle, claro.

Pensamos que isso é um sacrifício imenso, mas, e quanto ao sacrifício de Jesus na cruz? Carregando sobre si todos os pecados de toda a humanidade? A dor espiritual era bem maior que a dor física, tenha certeza. E quanto aos mártires? Aqueles que deram a vida por não conseguirem guardar para si o amor que um dia receberam do Pai Celeste? Ou mesmo aqueles que, embora não tenham perdido a vida, perderam seus bens em prol do que criam? Pensando assim, vemos como o nosso "sacrifício" em tentarmos ser mais pacientes, amorosos e perdoadores não é nada perto do que outros já fizeram, e mesmo que fossem, a promessa de Deus supera tudo isso...

E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna. Mateus 19:29


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